quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Multa? Eu?

É proibido um carro avançar quando o sinal está vermelho? Há lei para não falar ao celular enquanto dirige? E para não parar em cima da faixa de pedestre? Sério? Tem mesmo? Nossa, então alguém precisa informar urgente a moça que dirige um carro pretinho, acho que da marca Polo, com a placa EJE 0574. Estou muito preocupada com ela, porque a coitadinha pode levar muitas multas ao mesmo tempo, perder pontos valiosos e quem sabe a carteira de habilitação em menos de uma semana se costuma dirigir sempre assim.

Essa cena acaba de ocorrer na esquina da Rua Cantagalo com a Rua 7 de outubro. Mas não pensem que essa mocinha é a única, isso acontece diariamente, e, se eu ficar o dia inteiro nesta esquina, com certeza, o dia todo terei muitas histórias para contar. Aliás, se a CET - Companhia de Engenharia do Tráfego estiver precisando alcançar alguma meta no sentido de aumentar o número de multas, podem ter certeza que é nesta esquina que irão alcançar.

Só resta desejar boa sorte a nós pedestres, porque nem com muita precaução conseguimos escapar desses inconsequentes do trânsito caótico de São Paulo.


sábado, 8 de outubro de 2011

Pagar por quê?

Forma-se em nosso cérebro uma verdadeira teia de aranha quando tentamos entender as Leis que regem a ordem qualquer seja a situação. Inúmeras vezes já pensei que talvez essa desordem mental possa ser causada pelas tantas Leis que existem e muitas vezes chegam até a contradizer a outras. Tenho um profundo respeito por Leis, porque acredito muito no prevalecer do bom senso que elas trazem à luz, na maior parte das vezes, em que são chamadas para cumprir seu papel na sociedade.

Um fato muito esquisito é ver tantos livros anunciados como “Lei tal comentada”, explicando o uso da Lei, como também me soa estranho ser necessário um parecer jurídico gigantesco para defender uma causa, afinal, deveria ser simples assim: “declaro ganho de causa a fulano, com base no artigo tal da Lei tal”, e pronto. Não seria justo e simples. Mas não é bem assim, cada um interpreta a Lei em seu benefício e assim temos um sistema jurídico complexo para defender os direitos dos cidadãos, meio ambiente, animais, bens e tudo a nossa volta.

Ainda que seja complexo entender o universo jurídico, continuo sendo apaixonada por Leis e pelo bem que podem construir ao nosso redor. Recentemente, deparei-me com um problema que me parecia tão tolo e só uma interpretação do Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) poderia me dar alento e harmonizar meus pensamentos revoltos. E, assim ela o fez na Seção IV – Das práticas abusivas.

Afinal, tem cabimento um aluno ter que pagar para ver sua prova corrigida? Fiz uma enquete, perguntei a todos que cruzaram meu caminho nessa semana e posso assegurar que todos responderam de pronto: não. Eu já estudei em duas instituições de ensino, fiz um curso superior completo e um incompleto, fiz uma pós-graduação e em nenhuma dessas instituições me cobraram para me mostrar todas as provas que eu fiz corrigidas. Afinal, visualizar seus erros também leva ao aprendizado, de uma forma até mais producente, porque ao ver uma correção, nunca mais se esquece aquele tema e a resposta correta. Mas me negaram esse direito de graça, tenho que pagar R$ 20, mesmo não constando tal informação entre as cláusulas do contrato de prestação de serviços, nem no manual do aluno. A Lei é clara, como diriam os juristas, vejam só:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

...

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

...

E, não bastando o Inciso VI do Art. 39, posso considerar também:

“Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor orçamento prévio discriminando o valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento, bem como as datas de início e término dos serviços.

Ainda interpreto que posso utilizar também esse Inciso V do Artigo 39:

“V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;”

Afinal, se todos estão de acordo que um prestador de serviço educacional tem o dever de apresentar gratuitamente aos seus alunos todas as provas que fizerem corrigidas, posso concluir que o ato de cobrar por tal serviço trata-se de uma prática de vantagem excessiva e está infringindo também o Inciso V.

Considerando que querem me cobrar por um direito; considerando que não entregaram a via do contrato no ato da matrícula; considerando quando liguei para perguntar da via do contrato ao ver que não entregaram ao meu portador, me responderam que era só o Termo de Adesão mesmo; considerando que nesse Termo de Adesão consta que tive acesso ao Contrato, quando não tive; considerando que não assinei o contrato, mas somente o termo de adesão que mencionava o tal contrato; considerando que tive que solicitar que me enviassem por e-mail, porque o link nunca abriu, nem no ato da matrícula, nem agora; considerando que dizem que podemos dirimir quaisquer dúvidas por e-mail e recebi informações divergentes das que constam em documentos; considerando que se eu pedir o cancelamento do contrato, terei que pagar uma fortuna de multa; considerando que não me dão o direito de pedir transferência para outra instituição; considerando que não buscaram satisfazer as minhas expectativas de forma completa e adequada quando busquei esclarecimentos; e, principalmente, considerando que eles não se importam com alunos descontentes, afinal, quem não trata bem um cliente descontente e não busca apaziguar a situação, é porque não dá valor a nenhum de seus clientes, portanto, não precisam de mim, nem de outros, então o jeito é perder tudo que já investi e trancar a matrícula.

Mas, fiquei esperta, na próxima instituição aprenderei que não é mais como antigamente, quando a palavra e a Lei tinham um significado forte e norteavam as ações de forma adequada.

Ou será que interpretei tudo errado e preciso de ajuda dos advogados para fazer valer a Lei tal como ela se apresenta?

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Por que o preconceito?

Há muitos anos diziam que uma pessoa depois dos 50 anos já não conseguia arrumar bons empregos. Nunca entendi muito bem esse preconceito, afinal, experiência não conta?

Mas o preconceito e a falta de oportunidades estão ficando piores, até órgãos governamentais estão restringindo a idade para prestar concurso público. Podem conferir no site, o concurso anunciado em março desse ano:

Vou até copiar aqui a parte que interessa para não perderem tempo:

3 - DAS INSCRIÇÕES

3.1 - DAS CONDIÇÕES PARA A INSCRIÇÃO

...

3.1.2 - São condições necessárias à inscrição:

...

b) ter menos de 36 (trinta e seis) anos de idade no primeiro dia do mês de janeiro de 2012, (nascidos a partir de 02/01/1976, inclusive);

...

Por que será que ter mais que 36 anos atrapalha para profissionais formados em Administração; Ciências Contábeis; Ciências Econômicas;Comunicação Social; Direito; Estatística; História; Informática; Letras (Língua Portuguesa); Psicologia; Serviço Social?





domingo, 4 de setembro de 2011

Absurdos governamentais

Um primo meu disse que prefere a performance da “degustadora de palavras” (www.degustadoradepalavras.blogspot.com ), mas ao ler coisas como essa, vê se dá para ser o tempo todo feliz e manter uma escrita leve e saborosa? Infelizmente, se analisarmos todas as notícias políticas e econômicas do Brasil, haveremos todos de ser mais reclamões que degustadores.

Recebi um link, já faz um tempinho, sobre a abertura de concurso público para a Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas e qual não foi minha surpresa ao deparar com os salários. Aliás, a abertura da notícia entusiasma qualquer um: "132 vagas e salários de até R$ 11.603,90 na Assembléia Legislativa - AM". Dirimindo dúvidas: o salário para procurador será de R$ 11.603.90 e para Analista de Controle, que nem sei que raio de profissão é essa, é de R$ 7.230,67. Agora pasmem comigo, para cargos como contador, médico, jornalista, enfermeiro, fisioterapeuta, pedagogo, economista, engenheiro e outras profissões, o salário será de R$ 1.533,89. Se quiserem comprovar, procurem o Edital nº 0001/2011-ALE-AM, de 20 de junho de 2011 no site: www.isaeamazonia.org.br/concursos/aleam11.

E agora me digam, dá para não reclamar?


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Chupa uma balinha de maracujá, chupa!

Alguma vez, depois de seu vôo atrasar quase 3 horas para decolar, você ouviu de um dos tripulantes o seguinte pedido de desculpa: “Pedimos desculpas pelo atraso, sei que alguns de vocês podem ter ficado magoados ...” Nem vou completar a frase, afinal de contas é lógico que quando ouvi essa palhaçada de “ficarmos magoados” com um atraso de vôo desses, nem prestei atenção no resto, já queria ir lá perguntar ao cidadão se ele tinha noção do que significa “ficar magoado”.

Imagina passarmos quase 3 horas sentados literalmente no chão do saguão de espera, já que não havia cadeira suficiente para a quantidade de pessoas que aguardavam para embarcar, sem nenhuma explicação e ainda termos que ouvir uma bobagem dessas.

Sem contar que durante a compra da passagem fiz a escolha da poltrona 12 e quando cheguei no check in me disseram que seria a 33, porque aquela escolha foi só uma pré-escolha e não há explicação plausível, simplesmente é assim.

Fiquei até na dúvida, se a equipe da TAM distribuiu balinha de maracujá para nos acalmar por conta do atraso de quase 3 horas, para nos fazer esquecer que nos trocaram de poltrona ou se foi para acabar com “a nossa mágoa” ao ouvir essas insanidades!

domingo, 31 de julho de 2011

Desgostando e reclamando

Agora meu chefe diz que sou reclamona que nem minha mãe, é mole? Mas veja se não temos razão mamãe e eu de reclamar.

Fomos a um restaurante especialista em comida árabe, pedimos o tal rodízio que não é barato e sinceramente, metade das coisas servidas não tinha gosto, parecia sem tempero. Eu já comi em diversos restaurantes árabes e conheço o gosto da boa comida deles. Veio uma mijadra bonita, mas sem gosto, charutos de folha de uva e de acelga também sem gosto e um recheio beirando ao quase sem recheio. Minha mãe sabe fazer tudo isso e mesmo não tendo descendência árabe, todos os pratos que faz são nota mil, como até frio de tão bom que é. Paguei tudo sem reclamar porque gosto não se discute, mas não volto mais lá.

Mas o pior foi o ocorrido nesta quinta-feira no restaurante Bovinu’s do Vale do Anhangabaú. Entre outras coisas, peguei um pedaço de lasanha de brócolis e lógico que deixei para o final, porque era o que teria de mais gostoso no meu prato. Que decepção! Uma única garfada e constatei um gosto ruim, meio amargo. Meu amigo pediu para provar e disse o mesmo que o sabor estava amargo.

Avisei o garçom que retirou o prato e chamou o gerente. Esse simplesmente foi até o buffet, pegou um pedaço da lasanha e foi para dentro da cozinha. Quando voltou ficou rodando no restaurante e nada de voltar na mesa. Fiquei olhando firmemente para ele, até que resolveu voltar na minha mesa na maior cara de pau e me dizer que eu estava estranhando porque mudaram a marca do queijo. Insistindo nesse discurso, mesmo quando tornei a falar que é bem diferente estranhar queijo e estar gosto ruim. Bom, grotescamente o fulano me perguntou o que eu queria e respondi que queria que descontasse o peso da lasanha do meu prato. Grotescamente ele pegou minha comanda levou ao caixa e bateu pago, voltou e me perguntou grotescamente: - Está bom assim? A Senhora pode pegar sobremesa e pedir café. Respondi muito obrigado não quero e sai para nunca mais voltar.

Será mesmo que sou reclamona à toa? Se esse gerente prezasse atender bem um cliente ele não teria descontado o peso da lasanha da minha comanda logo que fiz a reclamação? Está correto efetivar um atendimento dessa forma, duvidando da minha palavra, indo provar e ainda tendo a cara de pau de me dizer que era só uma questão de marca, como se eu fosse muito enjoada?

Se alguém realmente acha que reclamo à toa, por favor me explique, quem sabe consigo mudar esse meu jeitinho. Mas vou tentar provar antes o outro lado dessa reclamona, a que reconhece um bom atendimento, mas vou contar lá no www.degustadoradepalavras.blogspot.com

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Briguenta eu? Será que não tenho razão?

Não é que meu amigo Greghi me tachou de briguenta, só porque pedi meu dinheiro de volta numa casa noturna que me prometeu um show de forró pé de serra e me causou foi é desgosto com aquela música eletrônica. Mas olhe que a tal casa de forró pé de serra que fica na beira da praia de Jatiúca, que elogiei tanto também merecia uma reclamação e não é porque sou briguenta não, mas levo muito a sério a satisfação do cliente, não admito que me ludibriem.

O grupo que toca no "Lampião" é ótimo, fomos bem atendidos. O show da Nega Maluca foi maravilhoso, rimos muito, até doer a boca. Mas, por sorte daqueles alagoanos, só fui ouvir os 2 CD's que comprei lá no Lampião quando cheguei em São Paulo e aquilo que me garantiram ser uma gravação dos grupos que tocavam na casa, não passa de uma gravação mal feita de músicas que puxaram da internet. Portanto, quando viajarem para Maceió, fiquem atentos, não comprem nada que não possam testar a qualidade, porque o povo de lá não é lá muito confiável, acho que curtem a ideia de enganar os turistas. Ainda acham que sou briguenta?

sábado, 25 de junho de 2011

Quero meu dinheiro de volta

Não sou obrigada a pagar por algo que não quero ver, principalmente se me sinto ludibriada. Onde já se viu dizer que é show para turista e apresentar uma porcaria daquelas. Fiquei muito brava mesmo.

Em qualquer cidade que eu vou sempre pergunto o que há de bom, que represente a terra, a população local. Lógico que em Maceió eu queria ver Forró Pé de Serra e me indicaram 2 lugares: Lampião e Maikai. Disseram até que esse Maikai tinha shows para turista toda quarta-feira. Lampião fui e amei. Forró Pé de Serra de qualidade. Paguei R$ 8 de couvert artístico com gosto.

Quarta-feira, por volta de 22 h, pergunto ao segurança tem show de Forró Pé de Serra?
A resposta imediata foi: Tem e já está rolando. Nem pestanejei, vamos entrar correndo. Paguei os R$ 25 da entrada, meus 2 amigos também e fomos surpreendidos por uma banda eletrônica, tocando forró com guitarra, teclado, bateria, baixo e sei lá eu mais que parafernália. Menininhos e menininhas estavam ali, contratados pela casa para nos levar para dançar o tal forró universitário, que me recuso até a escrever com letras maiúsculas, porque quem conhece o autêntico forró não consegue ouvir outro que não o original Pé de Serra.

Esperei mais de 1 hora e nada de entrar os músicos do Forró Pé de Serra. Levantei e fui falar com um garçom, porque era um custo até para eles irem até a mesa. Ele logo chamou o gerente.

- Quando vão tocar Forró Pé de Serra?
- Já está tocando.
- Isso não é Forró Pé de Serra. Forró Pé de Serra tem 3 instrumentos básicos: Zabumba, Triângulo e Sanfona e não estou vendo nenhum desses no palco.
- É que o grupo do Forró Pé de Serra teve um problema e não vai poder se apresentar hoje.
- Então eu quero meu dinheiro de volta, porque na porta vosso segurança disse que era Forró Pé de Serra.
- Não, é que os guias locais vendem errado para vocês turistas.
- Ninguém me vendeu errado, foi o vosso segurança que afirmou que eu ouviria Forró Pé de Serra e eu quero meu dinheiro de volta.
- Mas a banda não é boa?
- Pode ser para vocês daqui. Para mim não. Eu só gosto de Forró Pé de Serra e se não vai ter, quero meu dinheiro de volta porque fizeram propaganda enganosa.

Bom, ficou numa ladainha querendo me enrolar, mas não arredei um milímetro da minha decisão. Uma meia hora depois ele voltou com o dinheiro das nossas entradas, pagamos a bebida e fomos embora.

No dia seguinte fomos comer pizza, antes de entrar meu amigo pediu para eu esperar ele acabar de comer a pizza, para depois pedir nosso dinheiro de volta. Mas como o uruguaio atendeu a gente muito bem e a pizza estava boa, paguei sem pestanejar. Como podem ver, até pizza de uruguaio é boa, porque o forró do Maikai não podia ser Pé de Serra, representando a terra natal?

sábado, 18 de junho de 2011

Saudade do Forró Pé de Serra

O gostoso de se ir para a região do nordeste é poder ouvir excelentes músicos tocando da forma tradicional um dos mais deliciosos ritmos brasileiros: o forró, mas não esse das bandas eletrônicas, falo do autêntico, aquele herdade de Luiz Gonzaga e outros bons compositores como Flávio José, Zezo, Alccyoli Neto, Jorge Filho, Fagner, Alceu Valença e tantos outros. Há muitos compositores desconhecidos, que estão ou não em nossas lembranças que deveriam ser homenageados.

Até arrepia ver no palco a zabumba, o triângulo e a sanfona, é como se me transportasse para um passado que não vivi, de onde nasceu esse ritmo que penetra na mente da gente feito um vício.

Então fica aqui um protesto contra os participantes da "Dança dos Famosos" do programa do Faustão que tem pego músicas que não foram compostas originariamente no ritmo do forró, interpretadas por bandas eletrônicas, deixando de privilegiar os melhores forrós, compositores e intérpretes que esse Brasil possui.

E ainda digo mais, chamem alguns dos rapazes e das moças que encantam com o charme dos passos, de um bailado que só vi na Sala de Reboco em Recife-PE ou o Lampião em Maceió-AL e copiem, porque uma cópia dessas vale a pena. Nada de ficar jogando as moças para o alto ou para os lados, o forró nasceu para ser uma dança a dois, colada, apaixonante.

sábado, 28 de maio de 2011

Uma bota estressada

Uma amiga nesta semana comentou sobre muita gente duvidar sobre o diacho do inferno astral. A pobrecita, também geminiana, perdeu todos os seus contatos. Pois é, sorte desses que duvidam, talvez nunca tenham precisado acreditar, porque nada lhes acontece.

Está sendo tão insano dessa vez, que nem quero ficar remoendo aqui cada detalhe de cada coisa absurda que ocorreu, mas essa eu tenho que dedilhar, para conseguir cair na risada, porque apesar de eu ter ficado uma fera, tipo uma mistura de leoa, com tigre, com cobra e sei lá eu mais que bicho revoltado... se pensar bem, dá uma comédia e tanto!

Vou começar desde o primeiro puxão do fio da meada, porque a coisa já foi esquisita desde a minha linha de pensamento.

Eu tinha 4 peças para levar para o conserto: 1 bota para trocar o zíper, 1 rasteirinha para trocar a sola, 1 bolsa para consertar a alça e uma outra para pintar. Óbvio que tudo isso seria feito por um bom sapateiro, a minha desgraça foi conhecer logo três e tive que fazer uma lista imaginária sobre o porquê levar a um ou a outros.

O primeiro da lista era uma Sapataria muito antiga lá no Centro de Sampa, mas foi o primeiro a ser descartado porque cobra uma exorbitância.

O segundo fica aqui pertinho de casa, uns 15 minutos de caminhada até lá, mas para deixar lá durante a semana, tinha que levar tudo para o trabalho e depois passar no final da tarde e ir fazendo mandinga para o trânsito estar bom e eu chegar a tempo de encontrar as portas abertas. Lógico que se tento fazer algo assim um mês antes do meu aniversário, a porta estará fechada. Fora as vezes que nem desço uns pontos antes de casa, porque o trânsito estava tão ruim que já sabia que não ia dar certo. Para que não fiquem se perguntando se tentei, mesmo assim, é óbvio que não bato bem das bielas e tentei por 3 vezes.

Na quarta vez, desci com a sacola e raciocinei no meio do caminho: e se eu tentar de novo e não chegar a tempo? Melhor deixar no mocinho aqui, afinal, ele já fez 2 serviços bem direitinho e de um amigo também. O tal mocinho trabalha naqueles quiosques lindos de madeira em plena Praça Antonio Prado e resolvo então dar uns passos para trás e fazer orçamento com ele.

Acertamos preço e ele começa as marcações, anota num papel mínimo, de exatamente 8,5 X 4,5 cm (ainda estou com ele, logo saberão porquê), assim:
Sapateiro
...nº do celular... Jusmar
1 Zíper
1 sola
2 bolsas
Logo perguntei: escuta, você não vai confundir?
- Não, pode deixar.
- Olha lá, não vai trocar o zíper da bolsa e por alça na minha bota, heim?
- Não, pode deixar.

Pedi aos parceiros de trabalho dele que testemunhassem e confiei. Esse tal papelzinho ficou comigo e em cada peça ele etiquetou com meu nome, prometendo entregar 5 dias depois. Preciso falar que ele não cumpriu a promessa? É óbvio, lembrem-se, estou no meu inferno astral. – Olha, daqui uns 3 dias eu termino. E assim fomos, 1ª semana, 2ª semana, 3ª semana, dei um ultimato: não vai furar dessa vez. Mas, para garantir menos irritação, passei só na quarta-feira, ao invés da prometida segunda-feira. Ufa! Não é que dei sorte?! Ops! Ia esquecebdo de contar que na 2ª semana, passei mais de uma vez e numa delas dei a sorte ou o azar de ver que ele estava fazendo um dos meus serviços: a minha rasteirinha predileta, que trouxe de JP (João Pessoa/PB). Ela tem muitos detalhes em um tecido colorido e estava cheinha de um troço preto, tive um chilique.

– Escuta, isso é tecido e se ficar tudo sujo ou manchado eu bato em você, porque não tem como me repor essa peça.

- Pode ficar tranquila, é só o pó da sola, mas sai tudo, olha.

Que sorte a dele!

Mas, voltando ao dia da retirada, veja só como inferno astral é coisa séria: o moço começa a procurar, abrindo cada sacola e eram bem mais de 10. Já me apavorei. Que alívio, achou 3 peças, só falta a bota. Foi me mostrando vários modelos, cheguei até a pensar que estava numa loja comprando. Quando me mostrou a minha suposta bota, eu bati o olho e disse: é quase igual, mas não é minha, essa tem o salto mais alto e é número 39, a minha é 38. Aí começou o pior...

- Nossa moça, então entreguei para uma outra cliente. Mas não se preocupa não, ela trabalha aqui pertinho e amanhã eu resolvo isso.
Nem vou estressar meus leitores com detalhes do meu discurso naquele momento. Sai enfurecida, avisei que só pagava quando recebesse a bota e, se ele não me devolvesse, teria que pagar outra.

Dia seguinte, quinta-feira da 3ª semana, passo lá na hora do almoço e ele me diz que não viu a moça ainda. Falei para ir logo atrás, de novo ele me falou com toda tranquilidade: pode deixar, vou resolver. Passo de tarde, nada. Avisei para me devolver até sexta-feira e me fui, ainda não muito fera, achava que tudo ia se resolver.

Mas na sexta-feira, logo cedo o fofo nem estava lá. Volto às 10 e ele no maior sossego me diz que ainda não viu a cliente. Mandei ele se virar, correr atrás dela, porque eu queria usar minha bota no sábado. Preciso contar que chamei ele de irresponsável e péssimo profissional? E olha que ele deu muita sorte porque meu dicionário de palavras de baixo calão estava hermeticamente fechado!

Às 11 horas em ponto liguei, com medo até que o número fosse falso, mas ele atendeu, disse que falou com a cliente, que ela não percebeu porque era da filha dela, que não tinha ninguém em casa e que só podia devolver a noite para ele. Eu não quis nem saber, avisei que queria na minha casa na sexta a noite, sem a menor piedade, porque se ele tivesse ido conversar com a mulher na quinta-feira, nada disso teria acontecido.

Eu já não disse para vocês que inferno astral é coisa séria? Vejam só como piorou a situação. O tal Jusmar veio até aqui, chegou eram mais de 21 horas, eu estava na academia fazendo meus exercícios diários para poder suportar esse meu tal inferno astral, a portaria avisou via interfone e minha insana mãe entendeu: - moço que veio consertar a porta. O porteiro por sua vez também não deve ter um ouvido muito bom, porque disse ao pobre moço que a dona da casa não ia atender e que ia chamar a polícia se ele insistisse. Mas não julguem mal minha véinha, não foi só a deficiência de audição que assola todas as pessoas de idade, ela tinha fortes motivos para entender que “o moço veio consertar a porta”.

Vou explicar. A porta do armário dela, recém comprado, estava com problema para fechar, ela falou com a dona da loja que mandou um rapaz para consertar justamente naquela tarde de sexta-feira. Claro que “trazer a bota” e “consertar a porta” é igualzinho, né gente? Óbvio que ela achou que tinha cheiro de golpe no ar e disse ao porteiro que se insistisse ia chamar a polícia. Mas o tal do porteiro ouvir que a porta já foi consertada e não deixar o sapateiro entregar a bota, foi demais para os nervos dessa fera que frequenta a minha cabeça.

Em resumo, segunda-feira, estando em pleno período de gozo de férias, terei que ir até o centro buscar a dita cuja da bota.

Peço uma única gentileza a todos: façam uma corrente de pensamentos positivos para que mais nenhum mal acometa a pobre coitada da bota.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pensando em letrinhas

Sinceridade custa caro? Deve custar, porque há muitas pessoas que não passaram nessa fila antes de descer à terra.

sábado, 14 de maio de 2011

Empresto meus neurônios, você quer?

Adoraria ser “poliprofissional”, atuar em todas as áreas. Não é assim que se fala? Então me deixa recado como é, porque não achei explicação no meu Houaiss para o que eu sonho ser.

Continuando meus devaneios, adoraria poder atuar em mais de uma profissão, em atividades totalmente desafinadas, como por exemplo acordar engenheira, lá pelas 10 me tornar cozinheira, pelas 14 ser dona do negócio, às 17 ser aposentada de carteirinha e dormir onde estiver, lá pelas 19 ser saxofonista, às 21 já estar no aconchego do lar com as crianças, curtindo a vida familiar, mas meia noite é a hora “D”, volto ao meu habitat natural e continuo na deliciosa profissão de jornalista.

Nem pensem que chutei os horários, cada um tem seu motivo. A meu ver, toda construção deve ter seu pico alto de produção pela manhã, basta ver pesquisas sobre importância da claridade e índices de produtividade. Duas horas antes do almoço, as cozinheiras já estão com quase tudo pronto para satisfazer seus clientes e só estão finalizando seus pratos, porque é muito chato ter que picar cebola e outros temperos, mais gostoso é jogar tudo na panela e ir desenhando sua obra de arte. Qualquer dono de empresa deve ter nesse horário a clara visão da produtividade do seu dia, do que ainda falta fazer e finalizar sua programação, sempre mentalizando o sucesso. Todo cair de tarde me bate um sono, preciso cochilar, nem que seja encostada no banco da praça.

Imagina só sacar meu sax, nesse horário no qual todos ainda estão correndo como loucos e eu relaxando, tocando minha própria música? Demais!

Curtir a família e amigos é relaxante qualquer dia da semana, após um dia de labuta. Mas, depois de tudo isso, caio em mim, porque o que amo mesmo é ser jornalista, pesquisar, descobrir, aprender, entrevistar, fuçar, criar, escrever, editar, reeditar e viajar na próxima pauta.

Já perceberam a quantidade de profissionais que quer pegar emprestado neurônios de outros? Eu pretendo criar esse novo negócio, por isso que quero aprender de tudinho: para ter mais clientes. Mas logo aviso, não será mais voluntário o empréstimo, de agora em diante vou cobrar, é o meu novo ramo de atuação.

Tem engenheiro que não sabe nada na prática, contrata pedreiros bons, dá ordens, mas nem sabe como executar, o pedreiro vai sempre ganhar mal, mas os patrões estarão sempre sendo apontados como os emergentes no mercado.

Alguém sabe como é que se presta serviço de consultoria? Vamos supor no ramo de direito, por exemplo, um advogado vai lá, oferece o serviço ao cliente, este por sua vez fica todo feliz que está contratando o melhor. O advogado liga para o colega de profissão e pergunta como ele faria se tivesse um caso assim ou assado e o advogado ganha o pãozinho quentinho e pronto do colega, é só transformar nas peças certas e vem o veredicto: fiz bonito com o chapéu alheio.

Em restaurantes, só sabem pensar em como o chef é bom, mas ninguém sabe como aqueles legumes foram cortados tão certinhos para se transformar naquele lindo e delicioso prato.

A família está bem organizada e feliz? Com certeza, tem alguém que está se esforçando para por tudo nos trilhos e sair perfeito. Talvez seja a mãe, o pai, os avós, a secretária do lar. Mas no dia que falarem que os filhos foram bem criados, ninguém vai pensar quem estava contribuindo para tudo isso.

Boa parte dos empresários também não sabe como funciona cada departamento de sua empresa, não é a toa que muitas empresas quebram, mesmo a ideia sendo genial. Para gestar algo, tem que se conhecer com profundidade o universo que há por traz daquela simples ideia. Concorrentes, organização comercial e administrativa, passo a passo da produção, logística, leis, contabilidade, perfil de clientes, nível de satisfação dos colaboradores e muitos outros detalhes que são pertinentes a cada tipo de empresa.

Quando observamos profissionais que fizeram curso superior e até pós, mas que ainda não conseguem realizar seu trabalho com segurança, fico logo imaginando que há um nicho de mercado muito bom nesse de se emprestar neurônios, porque é um tal de pedirem modelos prontos para tentarem fazer igual. Talvez seja porque os professores estejam indicando aos alunos que vejam outros trabalhos semelhantes para poderem desenvolver o deles, sem explicar que existe uma fórmula básica nesse aprendizado: não copiar, só observar.

Não me meto a analisar outras áreas do saber, mas na de comunicação, por exemplo, não adianta olhar um trabalho de assessoria montado para uma empresa de aparelhos de som e querer fazer um igual para um escritório de advocacia. Cada área tem sua peculiaridade, deve ser analisada como um objeto único. Lógico que algumas fórmulas são básicas e podem ser aplicadas para qualquer uma, no entanto, se o maior problema da empresa é na parte de comunicação interna, não adianta apresentar um projeto voltado para inserir a empresa nos veículos de comunicação. Nem se pode enviar uma pauta sobre cães para uma revista só de pássaros. Perder uma entrevista praticamente agendada para um cliente; não saber convencer o assessorado do quanto aquele assunto é importante e deve ser concedida a entrevista; não participar de um evento que o assessorado pediu a presença... Mas está me dando um nó na cabeça pensar em todas as coisas absurdas que já ouvi! E sabe o que falta: neurônios.

Talvez seja por isso que a melhor parte do dia nessa semana toda para mim, foi a do cochilo, mesmo não sendo aposentada.

sábado, 16 de abril de 2011

A mudinha que não quer nem ouvir

Alguém gosta de acordar ao toque de um despertador qualquer que seja ele, mesmo que com música, às 5H30? Sorte sua então, porque eu detesto. Já tentei até por meu toque zen de flautas e passarinhos, mas acabo achando que são os passarinhos da árvore e durmo de novo.

De vez em quando troco de toque, ponho uns mais agitados, mas nada resolve, nem as músicas prediletas... e meu mau humor continua o mesmo! Lógico que sempre passo mais uns 10 minutos agarrada ao meu travesseiro, porque ele parece nunca querer me largar. Mas não pensem que sou do tipo que tem alergia ao trabalho, pelo contrário, adoro trabalhar, só não gosto de levantar cedo e de “converse” a minha volta logo cedo.

Tomar banho, preparar café da manhã, deixar tudo limpinho, nada me incomoda, desde que seja feito em silêncio absoluto. Mas sou educada, dou bom dia ao porteiro e vou para o ponto de ônibus.

Reclamar de trânsito, ônibus e metrô lotado é rotina para os paulistas, mas tem coisa que me deixa ainda mais cabreira logo cedo: falatório e música alheia na minha orelha. Será que já não basta as más condições das conduções?

Vai me dizer que você nunca andou de ônibus com fulano ou fulana que senta do seu lado e quer se tornar íntimo em uma hora de viagem? Comigo nem adianta tentar as famosas frases “que horas são, o tempo tá bom hoje, o Corinthians ganhou ontem”, porque vai dar de cara com a “mudinha”.

Papo na minha orelha era só o do Heródoto Barbeiro, agora que ele foi embora da CBN, tenho curtido o Milton Jung e se canso das notícias vou de Nova Brasil FM ou MP4 mesmo. Imagine minha ira se sou obrigada a ouvir a rádio ou a música de algum fulano dentro do ônibus! Tem mal educado que vai lá para o fundo e lá na frente ainda dá para se ouvir porque o cidadão não sabe o que é fone de ouvido, ou acha que todo mundo é obrigado a gostar do que ele gosta. Essas coisas acontecem também no final da tarde e até dentro do metrô. E olha só a resposta da SPTrans para uma reclamona como eu:

“Em resposta à internauta (nome retirado por não ter autorização), a SPTrans lamenta o ocorrido e esclarece que faz campanha de conscientização dos usuários para que não utilizem rádios sem os fones de ouvido, já que é mais uma questão de educação e cidadania do que de polícia. Como a usuária destacou, existe uma lei que proíbe a utilização de aparelhos sonoros dentro dos coletivos. Neste caso os motoristas e cobradores são orientados a pedir aos usuários que abaixem o volume do aparelho. Caso os passageiros não obedeçam, são convidados a deixar o coletivo, nem que para isso seja preciso pedir auxílio da polícia.”

Acho que precisam conscientizar os cobradores e motoristas, porque nunca vi nenhum agir assim.

Mas o porta voz do SPTrans tem razão quando fala que tudo é uma questão de educação e cidadania, porque não bastasse os aparelhos sonoros, existem os seres humanos com poderes ultrassonoros também. Será que não tem algum cientista que possa inventar um botão para diminuir o volume de voz desse povo que acha certo contar toda sua vida ou as coisas mais idiotas dentro do ônibus?

Da série: Cuidado, embalagem sem noção

Já experimentou ter em seu prato aquela salada com uma cara apetitosa, que montou com todo cuidado e só falta dar um toque suave de um sabor ácido? Mas, contrariando seus sonhos, a inimiga embalagem despeja uma enxurrada de vinagre e pronto, sua salada virou uma verdadeira piscina.

Como reagir? Lavar a salada? Escorrer o vinagre e ver se deu certo?
Montar outra? Mas e se aquelas eram as últimas folhas de alface e o único tomate que tinha na geladeira? Jogar fora, desperdiçando elementos preciosos da natureza? Comer rezando para acabar logo porque o sabor está insuportável?

E se gosta de comer tudo junto? Pois é, eu adoro, então, lá vai arroz, feijão, meu precioso ovo frito, naquele ensopado ácido que vai parar no lixo, com tanta gente passando fome. Sabe o que é pior, noutro dia tinha um delicioso suflê de espinafre junto... não quero nem lembrar que era o último pedaço!

Sou obrigada a fazer duas súplicas:
1) Será que os fabricantes podem experimentar o conteúdo de suas embalagens dentro da própria embalagem para ver se dá certo temperar sua saladinha?
2) Alguém conhece alguma marca de vinagre que tenha tido a magnífica ideia de fazer um dosador eficiente?

Da série: compre esparadrapo e use antes de estrear

Quando reclamo de dores nos pés, sempre ouço: use tênis. Diariamente uso na academia, não para trabalhar. Nos fins de semana adoraria por o aclamado e afamado confortável tênis e sair por aí, mas, meu delicado pezinho exige primeiro o embalsamamento. Ninguém nunca ouviu falar de pés embalsamados? É um charme só, basta comprar em qualquer drogaria aqueles esparadrapos brancos enormes em largura e vai colando em todos os pontos críticos em que o confortável tênis não consegue agir confortavelmente. Aliás, todos os dias antes de ir para a academia é a mesma rotina, armada de tesoura e esparadrapo, começo as medições e vou cortando e colando.

Imagine um tênis que já pagou mais de R$ 130 e a esse valor some a quantia paga pelos metros de esparadrapo gastos diariamente para o embalsamamento. Nem quero fazer a conta do prejuízo, mas vai mais que um rolo por mês.

Mas, o pior é depois voltar da academia, desembalsamar e perceber que aquela cola se apegou a seu pé, acha ele tão charmoso que não quer ir embora. Precisa de muita esfregação para extrair aquela goma. Lavar com água e sabonete, nem pensar, porque amolece, mas fica ainda pior para desgrudar. Tem que ser a seco e na unha mesmo. Se der preguiça dessa trabalheira diária, deixe passar uns dias, vai ficar pretinho, e só se dará conta quando estiver de sandália e alguém ficar só olhando, achando que você nem toma banho todo dia. A vergonha bate e explicar toda essa novela dramática se torna fundamental.

Eu só sei de uma coisa, tênis da marca Olympikus não entra mais na minha casa. Sempre optava por ele, porque os preços eram mais acessíveis e na loja ele parece ser uma delícia no pé. Em menos de 2 meses ele abre um buraco na parte interna, bem onde fica o calcanhar. O pequeno furinho inicial vai aumentando e quando se percebe, o tamanho do esparadrapo cortado inicialmente de uns 2 dedos, já virou de 4 e se continuar teimando em usar o dito cujo porque por fora ele está novinho (nisso a fábrica caprichou), nem os curativos irão deter que um calombo cresça no seu calcanhar.

Passei anos comprando Olympikus e achava baixa a durabilidade, mas nunca tinha feito as contas direito, mas no ano passado resolvi anotar tudo, data da compra, período de uso e estava comprovado: o meu dinheiro ia pelo buraco. Reclamei na fábrica e me pediram os dados da nota fiscal, valor pago, até foto mandei. Enviaram um código para enviar via Correios de graça. Lógico que me alertaram que primeiro ia para análise, para depois me informarem se teria algum direito. Foram legais, declararam a culpa, me enviaram um novo e adivinha? Em 2 meses começou o buraquinho. O pior que além do buraquinho, ele nem é confortável na parte dianteira do pé.

Amanhã será dia de comprar um novo, “claro” que nem pensar na marca Olympikus, vai ser um martírio para o vendedor descer no mínimo uns 10 modelos. E “claro” também é uma palavra que acho que banirei do meu vocabulário, porque a tal da marca “Claro” não tem nada de claro. Mas essa novelinha ainda está em andamento, em breve conto se a “Claro” clareou.

Muita criatividade atrapalha

Há empresas que deveriam lançar algumas pesquisas sobre alguns temas essenciais para tornar os seus produtos realmente úteis. Entre tantas deveriam acrescentar uma perguntinha simples: já aconteceu algo bizarro ao utilizar nosso produto?

Estou aqui matutando, mas acho que ao invés de lançar todos os borrões agora, vou fazer uma série, porque são muitos tipos de produtos que deveriam vir com avisos do tipo:
Se tem pressa, melhor usar outro método
Cuidado, embalagem sem noção
Não arrisque, ele pode te machucar
Tem outra roupa, porque vai se sujar
Compre esparadrapo e use antes de estrear
Se quer só um pouquinho, use conta gotas
Hoje não saia de casa sem linha e agulha

Bom, se lembrarem de mais alguma bizarrice, é só avisar, testar e reclamar é comigo mesma.

Então, hoje acho melhor começar por uma bizarrice que me incomoda há anos. Sempre me pergunto se os fabricantes de lenços de papel usam os ditos cujos. Será que nunca um filho deles ficou gripado? Ou sofre de rinite? Alguém já notou como é complexo limpar o nariz na hora do desespero? Ou se está cuidando de uma criança e o nariz escorre, quão complicado é tirar o lenço de papel da embalagem e limpar antes que a pobrecita sinta aquele gostinho horrível na boca?

Não considerarei nem como são retirados da caixa de lenço de papel, porque geralmente é mais prático se carregar aquelas embalagens de saquinho plástico, mas de ambas até se poder utilizar os benditos lenços de papel, parece que se passaram horas. A aflição aumenta enquanto a meleca continua escorrendo.

É tão complexo limpar o nariz, mas foi muito mais complexo o processo de se criar uma forma de dobrar os lencinhos. Mas por que fazer o mais fácil, se é muito mais marcante fazer o mais difícil.

Pior, que não bastavam as empresas brasileiras, agora estão importando os “pañuelos” da Argentina, e não é que “los Hermanos” parecem ter aprendido com os brasileiros. Ou será que ensinaram os fabricantes daqui?

Esse “ClinOff”, modelito Argentino apesar do nome americanizado, veio sanfonado em 5 vezes, com mais uma dobra no meio. Nem sei explicar, só assistindo a “desdobradura” para entender e olha que já tirei 3 da embalagem que nem vou usar, só para tentar descrever. Mas está difícil, desdobrei e redobrei para ver se consigo entender a funcionalidade de tal ideia complexa.

Lógico que ninguém vai limpar nenhum nariz, nem o próprio, nem o de uma criança, com um papel que se resume a 10,5 cm por 5,5 cm (mais um desperdiçado para a medição), tão bem dobradinho por 6 vezes.

Quando vi a nova marca, logo me entusiasmei: alguém descobriu uma marca que não é dobrada de forma bizarra e decidiu importar, ledo engano.

Por isso eu rogo, quando alguém descobrir uma embalagem em que o senhor fabricante teve a digníssima ideia de dobrar uma primeira vez ao meio e depois dobrar mais 2 vezes ao meio, me avisem, porque escreverei para o criador parabenizando pela praticidade que proporcionou aos portadores de narizes escorridos.

Protesto por uma Lei cidade limpa de verdade

Ao ser editada a Lei Municipal nº 14223 de 2006, a preocupação era deixar a cidade livre da poluição visual que assolava ruas e avenidas em forma de outdoors imensos instalados por toda a cidade de forma desordenada. Era uma revolução estética e as críticas foram inúmeras, mas é notável que a paisagem urbana hoje é muito mais limpa. Lógico que ainda há muito que fiscalizar e refazer numa cidade tão extensa para a preservação e valorização do ambiente como preconizava a lei e poderia ser um percurso mais rápido se todos agissem em prol de um mesmo fim, mas...

Depois, em prol de se preservar a saúde das pessoas editaram a Lei nº 14805 em 2008, proibindo fumar em diversos espaços públicos. Outra enxurrada de críticas, mas para os não fumantes a referida lei foi um alívio.

Passado mais de dois anos ainda há muito que se fiscalizar, porque ainda há estabelecimentos que não atenderam todos os itens do artigo 1º, como, por exemplo, disponibilizar espaços abertos ou ventilados, destinados exclusivamente aos fumantes, e, desde então, as pessoas, tanto na hora da diversão quanto na hora de trabalho, ocupam as calçadas, um espaço que também é público, para sustentação do vício. O resultado disso é bitucas de cigarro para todo lado, que vão parar nos bueiros, além de provocar poluição no ar e de desleixo na limpeza das calçadas.

Há pessoas que criticam nesses casos só a atuação do governo em fiscalizar, mas e o nosso papel como cidadãos, quem deve cumprir? Será que são só os administradores públicos que devem assumir uma postura cidadã? Será que não está na hora de empresários tomarem ciência e buscarem alternativas para cooperar com a melhor organização da cidade? Será que não são os fumantes que deveriam ter consciência do que estão provocando com as suas ações? Não se trata apenas do ato de fumar por ser prejudicial a saúde e porque polui o ar, trata-se de pensar na limpeza da cidade e no que acarreta em períodos de chuva esses lixos que se acumulam nas ruas.

Infelizmente ainda não há preparo por parte dos cidadãos para provocar melhorias no ambiente social sem que haja uma ordem, os “fazedores de leis” precisam agir e é deles a tarefa de saber qual lei precisa ser repaginada, mas não custa dar a ideia. Que tal espalhar essa ideia?

Pos Postado) Nem 1 hora depois que eu havia postado, estive caminhando na calçada e um fumante atirou a sua bituca fora, para sorte dele, por um triz não me acertou, porque juro que hoje chamava a polícia para fazer BO. É um absurdo termos que desviar e ficar atentos para não sermos acertados nem por fumantes na calçada e nem por aqueles que atiram da janela de seus carros.