sábado, 16 de abril de 2011

A mudinha que não quer nem ouvir

Alguém gosta de acordar ao toque de um despertador qualquer que seja ele, mesmo que com música, às 5H30? Sorte sua então, porque eu detesto. Já tentei até por meu toque zen de flautas e passarinhos, mas acabo achando que são os passarinhos da árvore e durmo de novo.

De vez em quando troco de toque, ponho uns mais agitados, mas nada resolve, nem as músicas prediletas... e meu mau humor continua o mesmo! Lógico que sempre passo mais uns 10 minutos agarrada ao meu travesseiro, porque ele parece nunca querer me largar. Mas não pensem que sou do tipo que tem alergia ao trabalho, pelo contrário, adoro trabalhar, só não gosto de levantar cedo e de “converse” a minha volta logo cedo.

Tomar banho, preparar café da manhã, deixar tudo limpinho, nada me incomoda, desde que seja feito em silêncio absoluto. Mas sou educada, dou bom dia ao porteiro e vou para o ponto de ônibus.

Reclamar de trânsito, ônibus e metrô lotado é rotina para os paulistas, mas tem coisa que me deixa ainda mais cabreira logo cedo: falatório e música alheia na minha orelha. Será que já não basta as más condições das conduções?

Vai me dizer que você nunca andou de ônibus com fulano ou fulana que senta do seu lado e quer se tornar íntimo em uma hora de viagem? Comigo nem adianta tentar as famosas frases “que horas são, o tempo tá bom hoje, o Corinthians ganhou ontem”, porque vai dar de cara com a “mudinha”.

Papo na minha orelha era só o do Heródoto Barbeiro, agora que ele foi embora da CBN, tenho curtido o Milton Jung e se canso das notícias vou de Nova Brasil FM ou MP4 mesmo. Imagine minha ira se sou obrigada a ouvir a rádio ou a música de algum fulano dentro do ônibus! Tem mal educado que vai lá para o fundo e lá na frente ainda dá para se ouvir porque o cidadão não sabe o que é fone de ouvido, ou acha que todo mundo é obrigado a gostar do que ele gosta. Essas coisas acontecem também no final da tarde e até dentro do metrô. E olha só a resposta da SPTrans para uma reclamona como eu:

“Em resposta à internauta (nome retirado por não ter autorização), a SPTrans lamenta o ocorrido e esclarece que faz campanha de conscientização dos usuários para que não utilizem rádios sem os fones de ouvido, já que é mais uma questão de educação e cidadania do que de polícia. Como a usuária destacou, existe uma lei que proíbe a utilização de aparelhos sonoros dentro dos coletivos. Neste caso os motoristas e cobradores são orientados a pedir aos usuários que abaixem o volume do aparelho. Caso os passageiros não obedeçam, são convidados a deixar o coletivo, nem que para isso seja preciso pedir auxílio da polícia.”

Acho que precisam conscientizar os cobradores e motoristas, porque nunca vi nenhum agir assim.

Mas o porta voz do SPTrans tem razão quando fala que tudo é uma questão de educação e cidadania, porque não bastasse os aparelhos sonoros, existem os seres humanos com poderes ultrassonoros também. Será que não tem algum cientista que possa inventar um botão para diminuir o volume de voz desse povo que acha certo contar toda sua vida ou as coisas mais idiotas dentro do ônibus?

Da série: Cuidado, embalagem sem noção

Já experimentou ter em seu prato aquela salada com uma cara apetitosa, que montou com todo cuidado e só falta dar um toque suave de um sabor ácido? Mas, contrariando seus sonhos, a inimiga embalagem despeja uma enxurrada de vinagre e pronto, sua salada virou uma verdadeira piscina.

Como reagir? Lavar a salada? Escorrer o vinagre e ver se deu certo?
Montar outra? Mas e se aquelas eram as últimas folhas de alface e o único tomate que tinha na geladeira? Jogar fora, desperdiçando elementos preciosos da natureza? Comer rezando para acabar logo porque o sabor está insuportável?

E se gosta de comer tudo junto? Pois é, eu adoro, então, lá vai arroz, feijão, meu precioso ovo frito, naquele ensopado ácido que vai parar no lixo, com tanta gente passando fome. Sabe o que é pior, noutro dia tinha um delicioso suflê de espinafre junto... não quero nem lembrar que era o último pedaço!

Sou obrigada a fazer duas súplicas:
1) Será que os fabricantes podem experimentar o conteúdo de suas embalagens dentro da própria embalagem para ver se dá certo temperar sua saladinha?
2) Alguém conhece alguma marca de vinagre que tenha tido a magnífica ideia de fazer um dosador eficiente?

Da série: compre esparadrapo e use antes de estrear

Quando reclamo de dores nos pés, sempre ouço: use tênis. Diariamente uso na academia, não para trabalhar. Nos fins de semana adoraria por o aclamado e afamado confortável tênis e sair por aí, mas, meu delicado pezinho exige primeiro o embalsamamento. Ninguém nunca ouviu falar de pés embalsamados? É um charme só, basta comprar em qualquer drogaria aqueles esparadrapos brancos enormes em largura e vai colando em todos os pontos críticos em que o confortável tênis não consegue agir confortavelmente. Aliás, todos os dias antes de ir para a academia é a mesma rotina, armada de tesoura e esparadrapo, começo as medições e vou cortando e colando.

Imagine um tênis que já pagou mais de R$ 130 e a esse valor some a quantia paga pelos metros de esparadrapo gastos diariamente para o embalsamamento. Nem quero fazer a conta do prejuízo, mas vai mais que um rolo por mês.

Mas, o pior é depois voltar da academia, desembalsamar e perceber que aquela cola se apegou a seu pé, acha ele tão charmoso que não quer ir embora. Precisa de muita esfregação para extrair aquela goma. Lavar com água e sabonete, nem pensar, porque amolece, mas fica ainda pior para desgrudar. Tem que ser a seco e na unha mesmo. Se der preguiça dessa trabalheira diária, deixe passar uns dias, vai ficar pretinho, e só se dará conta quando estiver de sandália e alguém ficar só olhando, achando que você nem toma banho todo dia. A vergonha bate e explicar toda essa novela dramática se torna fundamental.

Eu só sei de uma coisa, tênis da marca Olympikus não entra mais na minha casa. Sempre optava por ele, porque os preços eram mais acessíveis e na loja ele parece ser uma delícia no pé. Em menos de 2 meses ele abre um buraco na parte interna, bem onde fica o calcanhar. O pequeno furinho inicial vai aumentando e quando se percebe, o tamanho do esparadrapo cortado inicialmente de uns 2 dedos, já virou de 4 e se continuar teimando em usar o dito cujo porque por fora ele está novinho (nisso a fábrica caprichou), nem os curativos irão deter que um calombo cresça no seu calcanhar.

Passei anos comprando Olympikus e achava baixa a durabilidade, mas nunca tinha feito as contas direito, mas no ano passado resolvi anotar tudo, data da compra, período de uso e estava comprovado: o meu dinheiro ia pelo buraco. Reclamei na fábrica e me pediram os dados da nota fiscal, valor pago, até foto mandei. Enviaram um código para enviar via Correios de graça. Lógico que me alertaram que primeiro ia para análise, para depois me informarem se teria algum direito. Foram legais, declararam a culpa, me enviaram um novo e adivinha? Em 2 meses começou o buraquinho. O pior que além do buraquinho, ele nem é confortável na parte dianteira do pé.

Amanhã será dia de comprar um novo, “claro” que nem pensar na marca Olympikus, vai ser um martírio para o vendedor descer no mínimo uns 10 modelos. E “claro” também é uma palavra que acho que banirei do meu vocabulário, porque a tal da marca “Claro” não tem nada de claro. Mas essa novelinha ainda está em andamento, em breve conto se a “Claro” clareou.

Muita criatividade atrapalha

Há empresas que deveriam lançar algumas pesquisas sobre alguns temas essenciais para tornar os seus produtos realmente úteis. Entre tantas deveriam acrescentar uma perguntinha simples: já aconteceu algo bizarro ao utilizar nosso produto?

Estou aqui matutando, mas acho que ao invés de lançar todos os borrões agora, vou fazer uma série, porque são muitos tipos de produtos que deveriam vir com avisos do tipo:
Se tem pressa, melhor usar outro método
Cuidado, embalagem sem noção
Não arrisque, ele pode te machucar
Tem outra roupa, porque vai se sujar
Compre esparadrapo e use antes de estrear
Se quer só um pouquinho, use conta gotas
Hoje não saia de casa sem linha e agulha

Bom, se lembrarem de mais alguma bizarrice, é só avisar, testar e reclamar é comigo mesma.

Então, hoje acho melhor começar por uma bizarrice que me incomoda há anos. Sempre me pergunto se os fabricantes de lenços de papel usam os ditos cujos. Será que nunca um filho deles ficou gripado? Ou sofre de rinite? Alguém já notou como é complexo limpar o nariz na hora do desespero? Ou se está cuidando de uma criança e o nariz escorre, quão complicado é tirar o lenço de papel da embalagem e limpar antes que a pobrecita sinta aquele gostinho horrível na boca?

Não considerarei nem como são retirados da caixa de lenço de papel, porque geralmente é mais prático se carregar aquelas embalagens de saquinho plástico, mas de ambas até se poder utilizar os benditos lenços de papel, parece que se passaram horas. A aflição aumenta enquanto a meleca continua escorrendo.

É tão complexo limpar o nariz, mas foi muito mais complexo o processo de se criar uma forma de dobrar os lencinhos. Mas por que fazer o mais fácil, se é muito mais marcante fazer o mais difícil.

Pior, que não bastavam as empresas brasileiras, agora estão importando os “pañuelos” da Argentina, e não é que “los Hermanos” parecem ter aprendido com os brasileiros. Ou será que ensinaram os fabricantes daqui?

Esse “ClinOff”, modelito Argentino apesar do nome americanizado, veio sanfonado em 5 vezes, com mais uma dobra no meio. Nem sei explicar, só assistindo a “desdobradura” para entender e olha que já tirei 3 da embalagem que nem vou usar, só para tentar descrever. Mas está difícil, desdobrei e redobrei para ver se consigo entender a funcionalidade de tal ideia complexa.

Lógico que ninguém vai limpar nenhum nariz, nem o próprio, nem o de uma criança, com um papel que se resume a 10,5 cm por 5,5 cm (mais um desperdiçado para a medição), tão bem dobradinho por 6 vezes.

Quando vi a nova marca, logo me entusiasmei: alguém descobriu uma marca que não é dobrada de forma bizarra e decidiu importar, ledo engano.

Por isso eu rogo, quando alguém descobrir uma embalagem em que o senhor fabricante teve a digníssima ideia de dobrar uma primeira vez ao meio e depois dobrar mais 2 vezes ao meio, me avisem, porque escreverei para o criador parabenizando pela praticidade que proporcionou aos portadores de narizes escorridos.

Protesto por uma Lei cidade limpa de verdade

Ao ser editada a Lei Municipal nº 14223 de 2006, a preocupação era deixar a cidade livre da poluição visual que assolava ruas e avenidas em forma de outdoors imensos instalados por toda a cidade de forma desordenada. Era uma revolução estética e as críticas foram inúmeras, mas é notável que a paisagem urbana hoje é muito mais limpa. Lógico que ainda há muito que fiscalizar e refazer numa cidade tão extensa para a preservação e valorização do ambiente como preconizava a lei e poderia ser um percurso mais rápido se todos agissem em prol de um mesmo fim, mas...

Depois, em prol de se preservar a saúde das pessoas editaram a Lei nº 14805 em 2008, proibindo fumar em diversos espaços públicos. Outra enxurrada de críticas, mas para os não fumantes a referida lei foi um alívio.

Passado mais de dois anos ainda há muito que se fiscalizar, porque ainda há estabelecimentos que não atenderam todos os itens do artigo 1º, como, por exemplo, disponibilizar espaços abertos ou ventilados, destinados exclusivamente aos fumantes, e, desde então, as pessoas, tanto na hora da diversão quanto na hora de trabalho, ocupam as calçadas, um espaço que também é público, para sustentação do vício. O resultado disso é bitucas de cigarro para todo lado, que vão parar nos bueiros, além de provocar poluição no ar e de desleixo na limpeza das calçadas.

Há pessoas que criticam nesses casos só a atuação do governo em fiscalizar, mas e o nosso papel como cidadãos, quem deve cumprir? Será que são só os administradores públicos que devem assumir uma postura cidadã? Será que não está na hora de empresários tomarem ciência e buscarem alternativas para cooperar com a melhor organização da cidade? Será que não são os fumantes que deveriam ter consciência do que estão provocando com as suas ações? Não se trata apenas do ato de fumar por ser prejudicial a saúde e porque polui o ar, trata-se de pensar na limpeza da cidade e no que acarreta em períodos de chuva esses lixos que se acumulam nas ruas.

Infelizmente ainda não há preparo por parte dos cidadãos para provocar melhorias no ambiente social sem que haja uma ordem, os “fazedores de leis” precisam agir e é deles a tarefa de saber qual lei precisa ser repaginada, mas não custa dar a ideia. Que tal espalhar essa ideia?

Pos Postado) Nem 1 hora depois que eu havia postado, estive caminhando na calçada e um fumante atirou a sua bituca fora, para sorte dele, por um triz não me acertou, porque juro que hoje chamava a polícia para fazer BO. É um absurdo termos que desviar e ficar atentos para não sermos acertados nem por fumantes na calçada e nem por aqueles que atiram da janela de seus carros.